NANOCONTOS

Inverno
O rigor do inverno só não é maior que a solidão que o asfixia entre quatro paredes bem aquecidas.
Esquecido no tempo, já não importa qual é a estação...
O frio produz indiferança em um coração que já há muito tempo congelou.

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Segurança
Atravessou a rua calmamente, curtindo as sombras de sua imagem ao chão, como quem não tem pressa de viver.
Sob o sol em ápice um carro desatinado em sua urgência rouba-lhe a calma.
E a vida se esvai em plena faixa de segurança.

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Sonhos mal sonhados
O fogo em chamas ligeiras lambe a lenha e reduz ao pó um tronco que se contorce em ímpetos de resistência.
Enquanto árvore frondosa inimaginava seu triste fim: o fogo apaga-se... ficam as cinzas a revelar indícios de sonhos nunca realizados.

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Vida barata
A barata, fugidia pelos cantos da sala, tenta desesperadamente uma saída.
O chinelo logo lhe alcança e interrompe seu trajeto.
Nem vale e pena suplicar pela vida. O barato é que a vida de barata não vale nada.

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Nanocontos de: Oséias Santos de Oliveira

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