quarta-feira, fevereiro 10, 2016

terça-feira, abril 16, 2013


LÁGRIMAS PELO BRASIL

Hoje chorei,
lágrimas de vergonha,
pela impunidade, pelo desprezo e pelo desrespeito
ao cidadão brasileiro.
Quando a entrada da caverna se fechou,
Milhões do lado de fora,
ainda mantinham acesa a última fagulha de esperança.
Do lado de fora, ficaram os que sustentam o Brasil,
que produzem suas riquezas,
que sofrem as dores
e que ainda têm vergonha na cara!
Dentro, uma minoria, busca salvar uma honra, já há muito esfarrapada.
Ali Babá e seus quarenta, sem nomes, sem rostos,
escondidos no mesmo propósito: auto-proteger suas famigeradas safadezas.
O placar anuncia a vitória!
É hora de tapinhas nas costas!
Risos debochados em faces maculadas!
Notas oficiais à imprensa, antes censurada no seu dever de informar.
Vitória?
Comemorar o quê?
Se o Brasil hoje ficou mais pequeno!

Oséias Santos de Oliveira

segunda-feira, fevereiro 21, 2011

QUANDO OS ANJOS CHORAM



Quando os anjos
Lágrimas cintilantes
Suavemente deslizam
Em faces angelicais
Um pranto sutil
Brota da alma.


Os anjos choram
Pelo homem sem rumo
Que mergulha na desilusão
E que não crê no amanhã.


Os anjos choram
Quando as crianças que nascem
Perdem-se no vazio
E sem referências
Pelos caminhos se vão.


Os anjos choram
Frente aos desatinos humanos
Que ofuscam o brilho
De um planeta solidário
Quando os anjos choram
Os céus silenciam

Em expectativa iminente de restauração.


Oséias Santos de Oliveira

E-mial: oseiasol@yahoo.com.br


Poema publicado na obra: Panorama Literário Brasileiro 2008/2009
As MELHORES poesias de 2008. CBJE/RJ.
Imagens da net


CATA-VENTO




Brincadeiras de infância
entre muitas recordações
cata-vento que gira e encanta
cada lembrança que passou
as cores em movimento
imaginações a fluir
o pensamento viaja
sorrisos pueris,
entre emoções, mil suspiros...
o tempo não volta mais.



Oséias Santos de Oliveira


Imagens da net

PSICANALISTA

Um mergulho na alma

já rota e cansada

buscar as verdades

há muito escondidas...

o psicanalista investiga

vestígios de vida.

Oséias Santos de Oliveira




Imagem: Salvador Dali: Nascimento do Novo Homem (internet)

SENTIMENTOS


Fico a espreitar na janela

A vida que passa diante de meus olhos

Um cotidiano acelerado

Um ritmo alucinante que não quer parar...


Até que um dia, vejo ao longe o amor

Que se aproxima lentamente

Diante de meus olhos

Que agora iluminados por tua essência

Traduzem reflexos de paz e felicidade.


Da janela do coração aos arroubos

Um sentimento maior que a paixão floresce

Pintando um cenário de delícias

Que se completa com tua presença em meu ser.


As palavras já não podem expressar

O quanto é grande o meu amor

E o silêncio que me povoava hoje é alarido

Som contagiante de uma melodia que ecoa na imensidão

Contigo, amor, a vida vira uma canção.



Oséias Santos de Oliveira - Santa Rosa/RS



Poema publicado na obra: Panorama Literário Brasileiro - POESIAS - As melhores Poesias de 2010. Edição Histórica, pela CBJE - Câmara Brasileira de Jovens Escritores, 2010.

ESPELHO D'ALMA


A imagem que vejo refletida no espelho
Dialoga comigo e me instiga a filosofar
Atribuindo sentidos as coisas vividas
Aos sentimentos construídos e ao que ficou para trás.
O que se apresenta é um espectro do passado,
Hoje mais elaborado
E que amanhã, possivelmente, será muito melhor
No silêncio busco respostas
Que não encontro,
Senão no suspiro, que teima preso no peito
E no olhar distante de quem tem muito a perguntar.
Uma imagem, simplesmente, me remete a um não-lugar
Procuro Deus em minha vida,
Reflexos de um olhar
Que aos poucos se apaga,
Mas que na verdade da existência
Brilhará eternamente ante a Presença Infinita.
Desta imagem se fez viva a esperança e a fé
E no amor a alma abatida encontra o refrigério
Esta é a recompensa reservada ao vencedor
Com afinco teimo em alcançá-la
E nesta busca não me canso
Ainda que encontre a paz
Quero desfrutar os seus encantos.





Oséias Santos de Oliveira - Santa Rosa/RSe-mail: oseiasol@yahoo.com.br

Poema publicado na Obra: 100 Grandes Poetas Brasileiros, pela CBJE/RJ - Câmara Brasileira de Jovens Escritores, 2010.

Imagem: da net: http://hypedesire.blogtv.uol.com.br/2007/04/16/espelho-espelho-meu

segunda-feira, outubro 11, 2010

PARTICIPE DA 6ª FEIRA DO LIVRO DE SANTA ROSA - RS



PARTICIPE DA 6ª FEIRA DO LIVRO DE SANTA ROSA - RS





segunda-feira, junho 07, 2010

NANOCONTOS

Inverno
O rigor do inverno só não é maior que a solidão que o asfixia entre quatro paredes bem aquecidas.
Esquecido no tempo, já não importa qual é a estação...
O frio produz indiferança em um coração que já há muito tempo congelou.
*********

Segurança
Atravessou a rua calmamente, curtindo as sombras de sua imagem ao chão, como quem não tem pressa de viver.
Sob o sol em ápice um carro desatinado em sua urgência rouba-lhe a calma.
E a vida se esvai em plena faixa de segurança.

*********
Sonhos mal sonhados
O fogo em chamas ligeiras lambe a lenha e reduz ao pó um tronco que se contorce em ímpetos de resistência.
Enquanto árvore frondosa inimaginava seu triste fim: o fogo apaga-se... ficam as cinzas a revelar indícios de sonhos nunca realizados.

*********
Vida barata
A barata, fugidia pelos cantos da sala, tenta desesperadamente uma saída.
O chinelo logo lhe alcança e interrompe seu trajeto.
Nem vale e pena suplicar pela vida. O barato é que a vida de barata não vale nada.

*********
Nanocontos de: Oséias Santos de Oliveira
Imagen da Net

sábado, junho 05, 2010

ASES NA FENASOJA 2010


LANÇAMENTO DA COLETÂNEA "TERRA, GRÃOS E PERSPECTIVAS"
FENASOJA - MAIO - 2010

SESSÃO DE AUTÓGRAFOS


ESCRITORES PARTICIPANTES DA COLETÂNEA NO MOMENTO DO LANÇAMENTO, NA FENASOJA - PARQUE DE EXPOSIÇÕES - SANTA ROSA - RS - MAIO 2010





REMINISCÊNCIAS
(Oséias Santos de Oliveira)
Publicado na Obra: Terra, Grãos e Perspectivas - ASES/2010

Meninos criados na cidade ficam deslumbrados com a colônia. Não é por acaso que entre as memórias de infância foram registradas com pitadas de nostalgia e felicidade as lembranças de minhas aventuras de férias que, marcadas por surpresas e deslumbramentos pueris, ainda hoje provocam reações de saudosismo. O mês de janeiro sempre era aguardado com expectativa. Vencido um ano escolar de muitas provas, leituras e trabalhos, a promessa que se anunciava era de sossego na fazenda de meu tio-avô.
Nas primeiras viagens, a família toda seguia junta e a aventura começava já nos preparativos, na alegria de adentrar no velho ônibus que nos levaria ao destino, um pequeno lugarejo na costa do Rio Uruguai. Sentar na poltrona da janela era a gloria. O espetáculo que se descortinava ao longo do caminho era motivo de muito barulho e conversas intermináveis. Lembranças deste tempo afloram carregadas de emoção, pois a mente busca no escondido da alma, em um esforço prazeroso, reviver cada momento, sentir de novo o cheiro da mata e da grama dos potreiros, o frescor das águas límpidas da sanga que contornava as terras daquele lugar fascinante.
Com o passar dos anos, a viagem tornou-se uma peripécia de proporções ascendentes, quando meus pais colocaram-me no ônibus, recomendando ao motorista que me despachasse na entrada do sítio de meu saudoso tio. Após uma aventura motorizada por estradas poeirentas, regada de muito suco e guloseimas, chegava finalmente ao destino e com a mochila pesadas nas costas, mas com a alma levitando de alegria, caminhava ainda um longo trecho, entre o estradão e a casa da colônia. Ainda da estrada avistava-se o casarão, mas ao longo do caminho uma curva aproximava o caminhante do riacho que deslizava afoito por entre pedras de vários tamanhos e formas. Diante deste cenário, minha primeira parada, para molhar os pés e o rosto e para relembrar de outras oportunidades que ali estivera em companhia da família, em momentos efusivos e de muita algazarra. Agora aquele paraíso seria só meu! Viveria cada instante como um presente especial, saboreando aos poucos e experimentando o gosto com emoção.
Os tios, já de idade avançada e morando sozinhos, alegraram se com minha presença. Logo no primeiro dia intentei ajudar na colheita do fumo, produzido na propriedade. As mãos sensíveis de criança logo reclamaram da viscosidade da planta, da aspereza das folhas e o cansaço sobrepujou a curiosidade. Assim, fui designado para tarefas mais leves, como alimentar o fogo introduzindo gravetos e lascas no grande fogão à lenha que imperava absoluto na cozinha. Algumas vezes me arriscava a ajudar no preparo de algum alimento, cortando legumes que eu mesmo colhia todas as manhãs na horta que ficava ao lado da casa.Sempre depois do almoço uma sesta, fazia parte da rotina da família. Não dormia, ante a expectativa de um mergulho no riacho. Apenas ficava deitado, olhando para o teto e paredes de tábuas largas, esperando o momento em que seria liberado para me aventurar sozinho no riacho. Muitas foram as horas de alegria e contemplação, especialmente quanto cardumes de lambaris cruzavam desconfiados em direção ao imenso Rio Uruguai. Imaginava o percurso que estaria fazendo e invejava a liberdade daqueles peixinhos que sem preocupação alguma nadavam em um bailado sincronizado. Almejava, a semelhança deles, avançar sempre em frente, rumo aos lugares incógnitos. Infância com cheiro e sabor de colônia fica marcada para toda a vida.










REUNIÃO ASES - JUNHO 2010

TURMA DA ASES - ASSOCIAÇÃO SANTA-ROSENSE DE ESCRITORES
REUNIÃO EM 04 JUNHO/2010



ELEIÇÃO DA NOVA DIRETORIA - PRESIDENTE REELEITO: MAGNUS LANGBECKER





FEIRA DO LIVRO SANTA ROSA - 2009


MOMENTOS CULTURAIS NA PRAÇA DA BANDEIRA - ASES NA FEIRA DO LIVRO / 2009



















FEIRA DO LIVRO DE SANTA ROSA - RS





DE 15 A 18 DE OUTUBRO/2009





PRAÇA DA BANDEIRA





PATRONO: GILBERTO KIELING























LANÇAMENTO DA COLETÂNEA DA ASES - ASSOCIAÇÃO SANTA-ROSENSE DE ESCRITORES
OBRA: TUDO NUM SÓ









sábado, fevereiro 21, 2009

LANÇAMENTO DA BARRANCA - 18/10/08


LANÇAMENTO DA BARRANCA
SESC - SANTA ROSA - RS
RESISTÊNCIA









FULGOR




O dia a rasgar a noite
com ânsia teima em nascer
tingindo com nuances tênues
a negritude a desaparecer.
Embaixo, com lentidão,
a vida insiste em mover
como uma grande roda que gira
sem parar,
sem perceber...
Ao trazer brilho, força e calor
o astro rei nos faz crer
que mesmo na escuridão
há uma luz no amanhecer.


Oséias Santos de Oliveira

QUANDO OS ANJOS CHORAM

Quando os anjos choram
Lágrimas cintilantes
Suavemente deslizam
Em faces angelicais
Um pranto sutil
Brota da alma.
Os anjos choram
Pelo homem sem rumo
Que mergulha na desilusão
E que não crê no amanhã.
Os anjos choram
Quando as crianças que nascem
Perdem-se no vazio
E sem referências
Pelos caminhos se vão.
Os anjos choram
Frente aos desatinos humanos
Que ofuscam o brilho
De um planeta solidário
Quando os anjos choram
Os céus silenciam
Em expectativa iminente de restauração.
Oséias Santos de Oliveira
POEMA PUBLICADO NA OBRA: PANORAMA LITERÁRIO BRASILEIRO 2008/2009 - AS MELHORES POESIAS DE 2008.
EDITORA: CÂMARA BRASILEIRA DO JOVEM ESCRITOR - CBJE - RJ

sábado, outubro 11, 2008

Evento: "Resistência"

Evento: "Resistência"
Motivo: Lançamento do livro "Da Barranca: Contos de Fronteira", com a presença dos autores.
Hora: 19h30min, no SESC Santa Rosa
Data: 18 de outubro 2008 (sábado).
Também haverá apresentação de músicos (com canções da nossa fronteira) e artistas plásticos.

DA BARRANCA: CONTOS DE FRONTEIRA >>>> LANÇAMENTO DA OBRA

JORNAL NOROESTE - SANTA ROSA - RS

“Da Barranca” será lançado dia 18
Em silêncio, mas com profundo esmero e dedicação, sete amigos mantiveram encontros mensais de literatura durante quase dois anos no SEG de Santa Rosa. O resultado desse árduo trabalho poderá ser conferido dia 18 de outubro, no SESC Santa Rosa, durante o Resistência, quando o evento focará o livro de contos “Da Barranca” e servirá ao mesmo tempo de palco para seu lançamento.
“Da Barranca – Contos de Fronteira” é uma obra singular, por abordar o homem, os problemas, as vivências nesta região costeira ao rio Uruguai, mas que ao mesmo tempo pode ser qualquer outra região onde homem, meio e histórias se relacionem. Organizado por Gilberto Kieling, com ilustrações de Mó em todos os contos, são 27 textos que falam sobre amor, contrabando, fugas, traumas familiares, dilemas pessoais, etc.
Além de Gilberto Kieling, assinam os contos Clairto Martin, Sávio Hermes, Oséias Oliveira, Roque Weschenfelder, Luis Artur Hoffmann (Tuy) e Jeferson Hartemink. A obra tem assinatura gráfica de Otávio Siqueira (Soluty) e foi impressa na Palotti, em Santa Maria.
http://www.jornalnoroeste.com.br/index.php?pgID=5688

ESPERO TODOS OS (AS) AMIGOS (AS) NESTE EVENTO!!
UM ABRAÇÃO
OSÉIAS

sexta-feira, novembro 02, 2007


Capa da Obra: Fomes e migalhas
BREVE LANÇAMENTO COLETÂNEA DE CONTOS 2007
ORGANIZAÇÃO ASES - Associação Santa-Rosense de Escritores

Amor sempiterno

Na mão amiga que se estende
No coração uma emoção
Tua presença tão sublime
Me faz sonhar na imensidão
No teu olhar tão cativante
Inebriantes suspiros hei de dar
Por você esperança minha
Amor e paz quero cantar
E depois desta canção
Só nos resta amar assim
O universo também conspira
É nosso aliado até o fim
Eternamente, de mãos dadas
Ao lado do Criador para sempre estar
Contemplando o infinito azul celeste
E os astros todos a testemunhar
Que um amor assim jamais acaba
Está escrito no nosso olhar.


Oséias Santos de Oliveira
Professor, diretor de escola e Membro da ASES - Associação Santa-rosense de Escritores
POEMA AMOR SEMPITERNO (publicado na Obra Os Melhores Poemas de Amor 2007 - Câmara Brasileira do Jovem Escritor - Rio de Janeiro - RJ)

Estiagem

Calor de quase quarenta graus. Lá fora nenhum vento, apenas o mugido de bois que cozinham ao relento, cavoucando a terra em busca de raízes, já que o verde não mais existe. A seca dizima tudo, avança impiedosamente a cada dia, como uma maldição que se disfarça, mas que nunca se acaba. Mata o gado, a plantação e a vontade de viver. Dentro estão os homens, num marasmo sem igual, entregues à própria sorte. Calados, apenas se olham, nada mais.
Alguns deixam a seca sair da memória e com ela seus males. A bebida parece ser o último recurso. Ali estão nove homens amoantoados no pequeno armazém de secos e molhados, àquela altura já desfalcado, com apenas poucas tiras de salame penduradas no varal, exalando um odor forte e apetitivo que chega a dilatar as narinas. No balcão, alguns biscoitos, arroz e pacotes de fubá já mofados. Debruçado sobre ele jaz seu Tomé, incrédulo como ele só.
Vez por outra, o debochado Tomé ainda arrisca alguma piada, como quem quer espantar a tristeza. Mas ninguém ri. A alma está seca demais para sorrir. Apenas olhares rotos de esperança voltam-se para ele, com desdém. Assim a tarde avança lentamente, e, por volta das quinze horas, com muito alarido o silêncio é interrompido. Os homens se entreolham e custam a acreditar que alguém possa perturbar assim, sem mais nem menos o seu momento de pesar.
Na porta, esbanjando benevolência, a figura espectral do velho Salú, mestiço andarilho, com fama de vidente. Chega cansado, maltrapilho e sujo, carregando um saco às costas, que logo cai ao chão, num estrondo seco. Dizem que o velho, quando abre a boca só sabe proferir bênçãos ou desgraças. Poucos chegam-se a ele, ou por medo ou por temor. Do outro lado da rua, um grupo de meninas desalinhadas e pés descalços ficam a tagarelar, cheias de mistério e sorrateiramente espreitam a imagem mística do velho.
Olhando para cada um daquelas faces, o velho Salú parece esquadrinhar o local, sondando os corações, lendo as mentes em desespero. O mal estar parece tomar conta daquela gente sofrida. Alguns enxugam grossas gotas de suor que teimam em escorrer pela face desleixada marcada por sulcos profundos e evidentes.
Ainda de pé, no umbral da porta, o sinistro Salú profere em alto brado, como um mantra sagrado:
- Cai a chuva sobre a terra, molha o chão, traz a vida...
- Cai a chuva sobre a terra, molha o chão, traz a vida...
E assim repete infinitas vezes. A voz vai se tornando mais suave, até ficar quase que imperceptível. Os olhos já não contemplam o lugar. Atravessam o pequeno recinto e miram, pela janela escancarada, o horizonte infinito, tórrido e escaldante.
Sem perceber o tempo se esvai, o entardecer se aproxima e eles ali, unidos por uma voz que ecoa profética e tenaz:
- Cai a chuva sobre a terra, molha o chão, traz a vida...
O primeiro a sair é o próprio Salú, que atravessa a porta puxando atrás de si o pesado saco. No pátio, um cachorro magro e sarnento faz a festa entre suas pernas e segue com ele, por caminhos incertos. Ao longe, as meninas sorridentes acompanham quase hipnotizadas a velho desaparecer na curva da estrada. Depois, um a um, os homens se vão, com os olhos fixos no horizonte distante. Introspectivos, levam para seus lares uma misera centelha de esperança. Fica sozinho, a espreitar pela janela, o descrente Tomé. Tenta coordenar as idéias, organizar os fatos, mas não sabe explicar o que se passara ali naquela tarde, mas notara que ao saírem do armazém, os homens disfarçadamente enxugavam teimosas lágrimas que esgueiravam-se pelo canto dos olhos. Assim pensativo, não consegue desprender-se do infinito e vê, além, uma pequena nuvem que se levanta, tímida e débil.


Oséias Santos de Oliveira
Professor e membro da Ases - Associação Santa-rosense de Escritores
e-mail: oseias.ol@uol.com.br
CONTO ESTIAGEM (publicado na obra 103 que Contam, organizada pelo escritor Charles Kiefer, Ed. Nova Prova, Porto Alegre, 2006)

CRÔNICA PARA AQUECER UMA MANHÃ DE INVERNO

É inverno. O frio chega de mansinho ao cair da noite, trazendo consigo o recolhimento. Os Homens encolhem-se, numa tentativa egoísta, em busca de proteção, de carinho, de afeto... A noite chega e com ele o frio. É o mesmo frio que tolhe e que limita as ações de quem fica a espera.

O deslumbramento, a fascinação de uma noite fria de inverno é o amanhecer que se anuncia. Numa manhã singela de agosto, o sol desperta silencioso como em todos os outros dias, porém anuncia com muito alarde o seu ardor. Estendendo seus braços o sol derrete o gelo, afugenta o frio e acalenta os Homens. Esses seres encolhidos e tímidos, amedrontados e vazios despertam com o sol de uma manhã de inverno. A Vida ganha força, gera vida e transforma-se em sonhos.

O pipilar dos pardais em folguedos mil, o sorriso sereno, a prole à mesa matutina, os gritos infantis pelas ruas, o gracejo juvenil pelas calçadas, o caminhar despreocupado do ancião pelos gramados e praças. Tudo é inundado de graça e esplendor numa manhã ensolarada de inverno.

Com o amanhecer a vida aos poucos retorna ao seu curso normal. Come-se, bebe-se, casa-se... Nascem os filhos. Alguns vão embora, muitas vezes para sempre... É o rio da existência seguindo seu leito e, em suas águas, reflexos inusitados da presença marcante do astro rei, que a tudo aquece provocando insigne metamorfose.

Com o dia que chega, após a cegueira monótona e gélida, os olhos se abrem e só não enxerga quem a verdade não quer ver. As escamas caem por terra e a realidade se despe, mostrando-se nua e crua.... cruel, em muitos aspectos. Velam-se então sonhos perdidos, projetos mal acabados. Crianças sem esperança, sem tetos em suas andanças, sem-terras à beira do caminho e muitos, sem-consciência, a esperar com eterna paciência, que a noite se ponha ao alcance, para então, tímidos e amedrontados, ocultarem-se novamente na escuridão que traz o frio e encolhe a alma.

Oséias Santos de Oliveira

e-mail: oseiasol@uol.com.br
Professor e Diretor de Escola
Membro da ASES – Associação Santa-rosense de Escritores

quarta-feira, abril 18, 2007

CONCURSO INTERNACIONAL DE LITERATURA CIDADE DE SANTA ROSA

CONCURSO INTERNACIONAL DE LITERATURA CIDADE DE SANTA ROSA

2° PRÊMIO DARQUES LUNELLI DE CONTOS

REGULAMENTO

I. REALIZAÇÃO; Associação Santa-rosense de Escritores – ASES - com apoio da Secretaria Municipal de Cultura do Município de Santa Rosa – RS.
II. PARTICIPAÇÃO: Podem participar todos os autores que escrevam em Língua Portuguesa, exceto os associados da ASES que já publicaram textos nas coletâneas anteriores da entidade da Comissão Julgadora.
III. CATEGORIAS:
a) Juvenil – Até 17 anos completos com comprovação documental mediante cópia da Carteira de Identidade; até dois textos por autor.
b) Adulto qualquer idade, sem necessidade de comprovação, com quantos textos quiser.
IV. PRAZO DE INSCRIÇÃO: 15 de junho de 2007. Vale a data do carimbo dos correios.
V. FORMATO DOS CONTOS: Até 3 laudas datilografadas ou digitadas em folhas A4, num só lado do papel, fonte Times New Roman ou Arial, espaço simples, com título e assinado por pseudônimo. Serão aceitos apenas textos inéditos e de autoria própria do escritor inscrito. O ineditismo compreende qualquer forma de publicação escrita ou virtual.
VI. ENVIO: Todos os textos devem ser enviados em 3 vias impressas identificado pelo pseudônimo. Tudo deve ser acondicionado em envelope grande dentro do qual virá outro menor identificado pelo pseudônimo externamente e que traga em seu interior a identificação completa do autor com pseudônimo, nome completo, idade, endereço, telefone, e-mail, n°s da Cart, de Identidade e do CPF, além dos títulos dos contos. Autores da Categoria Juvenil precisam anexar cópia da Carteira de Identidade no envelope menor.
VII. TAXA DE INSCRIÇÃO:
A) Categoria Juvenil – isenta.
B) R$ 5,00 por conto enviado. A valor pode ser depositada em conta da ASES no Banrisul, agência 355, conta 0604612808 ou vale postal em nome de Oséias Santos de Oliveira (tesoureiro da ASES). Também é possível enviar em espécie no envelope menor. Em caso de depósito enviar cópia do comprovante no envelope menor. Pagamentos em moeda estrangeira devem ser no valor de 03 dólares ou euros por texto.
VIII. PREMIAÇÃO
Categoria Juvenil – 1° ao 3° lugar: publicação do conto em antologia da ASES e certificado.
Categoria Adulto – 1° lugar: R$ 700,00, Certificado e publicação;
2° lugar: R$ 300,00, Certificado e publicação;
3° ao 5° lugar: Certificado e publicação.
Obs.: Todos os classificados receberão um volume da Antologia de Contos pela cedência dos direitos autorais.
OBS.: Os premiados serão avisados e deverão enviar cópia de seu texto por e-mail ou então mandá-lo gravado em CD ou disquete, para fins de edição da antologia, no prazo máximo de uma semana.
IX. A entrega da premiação será em agosto durante a Semana do Município em data, horário e local a ser comunicado aos classificados, na Imprensa e no blog www.ases.zip.net onde também será publicado o resultado até 31 de julho.
Todos os autores premiados estão convidados para a solenidade de entrega. Os ausentes receberão os prêmios pelo correio.
X. COMISSÃO JULGADORA: Será composta por três membros de reconhecidos conhecimentos literários e lingüísticos.
XI. ENDEREÇO PARA ENVIO DOS TRABALHOS:
ASES – Santa Rosa
Rua Francisco Schittler, 25 – Jardim Petrópolis
98900-000 – Santa Rosa – RS
XII. MAIS INFORMAÇÕES: Pelo e-mail: roquealoisio@yahoo.com.br e ou por consultas ao blog da ASES e também em: www.martinede.zip.net e www.profroque.zip.net

terça-feira, outubro 31, 2006

52ª FEIRA DO LIVRO DE PORTO ALEGRE - 2006


PARTICIPAÇÃO NA 52ª FEIRA DO LIVRO DE PORTO ALEGRE - OUT 2006

52ª FEIRA DO LIVRO DE PORTO ALEGRE - 2006


52ª FEIRA DO LIVRO DE PORTO ALEGRE - 2006
SESSÕA DE AUTÓGRAFOS - TÉRREO MEMORIAL DO RIO GRANDE DO SUL

Sessão de Autógrafos - Feira do Livro POA


Sessão de Autógrafos - Feira do Livro POA - Outubro 2006

Sessão de autógrafos - Feira do Livro Porto Alegre - RS (participação do grupo de Teatro Ativar)

quinta-feira, outubro 26, 2006

SESSÃO DE AUTÓGRAFOS

CONVITE
AMIGOS (AS) CONVIDO A TODOS (AS) PARA A SESSÃO DE AUTÓGRAFOS NA 52ª FEIRA DO LIVRO INTERNACIONAL DE PORTO ALEGRE.
VI COLETÂNEA DE POESIAS ASES – ASSOCIAÇÃO SANTA-ROSENSE DE ESCRITORES
(participo com três produções poéticas)
OBRA: SEM DIGITAIS
DATA: 28/10/2006 - SÁBADO
HORÁRIO: 16 H
LOCAL: MEMORIAL DO RIO GRANDE DO SUL – TÉRREO – POA

UM ABRAÇO
OSÉIAS SANTOS DE OLIVEIRA – SANTA ROSA – RS

sábado, julho 15, 2006

LANÇAMENTO SEM DIGITAIS

Poetas na ASES - Santa Rosa na Sessão de Autógrafos da Obra Sem Digitais

"SEM DIGITAIS - ASES"



Escritores Santa-rosenses no lançamento da Obra "Sem Digitais"

NOITE DE AUTÓGRAFOS "SEM DIGITAIS"


Na noite de 14/07/2006, no Aroma Café, em Santa Rosa - RS
LANÇAMENTO E AUTÓGRAFOS 6ª COLETÂNEA DA ASES - ASSOCIAÇÃO SANTA-ROSENSE DE ESCRITORES

quinta-feira, junho 22, 2006

CAPA DA OBRA: SEM DIGITAIS - ASES VOLUME 6


ESTA É A CAPA DA OBRA POÉTICA: SEM DIGITAIS - AGUARDEM ... LANÇAMENTO EM JULHO 2006

SESSÃO DE AUTÓGRAFOS - OBRA: LONJURAS - FEIRA DO LIVRO -PORTO ALEGRE - RS 2005


Escritores da ASES na Sessão de Autógrafos Coletivos - Feira do Livro em Porto Alegre - RS

Autores santarosenses na sessão de autógrafos da obra: Lonjuras - editada pela ASES

Fotos da sessão de autógrafos na obra 102 que contam - na Feira do Livro em Porto Alegre - RS - 2005


Sessão de Autógrafos - 102 que contam

Eu e o contista Charles Kiefer, idealizador da obra 102 que contam


Eu com o Frei Rovilio Costa, Patrono da feira do Livro - Porto Alegre e a Maira Engers - Presidente ASES Santa Rosa - RS


Sessão de autógrafos 102 que contam - Autores da ASES com o escritor Sérgio Vieira Brandão